Com a minha caminhada aprendi a não ouvir somente o que toca ao meu redor, o que gritam sem minha permissão, o que falam sem que eu queira ouvir.
Aprendi a não perceber somente as coisas bonitas que me ofereceram. Aprendi muito mais que isso. Aprendi, por exemplo, que nem só de sorrisos a gente vive, nem só de dias bons - ou ruins - são feitas nossas primaveras. Descobri ao longo desses anos que nossos maiores medos às vezes não passam de receio pelo desconhecido; que se nôs aventurássemos mais por terras desconhecidas descobriríamos caminhos novos, saídas inesperadas, soluções para o que até então não tinha jeito.
Ouvindo muito mais o que vinha de dentro de mim, descobri que a dor pode ser absoluta e relativa. Absoluta quando nos entregamos. Relativa quando a gente consegue contornar os motivos pelos quais ela surgiu. Aprendi também que na Vida tudo é passageiro e, se me permitem a brincadeira, os únicos motoristas somos nós. É passageira a felicidade, a alegria, o contentamento, o romance e às vezes até as amizades e - quem diria - o amor. É passageira também a solidão, a tristeza, a saudade e, acreditem ou não, os nossos amigos também.
Silenciando o mundo ao meu redor e ouvindo mais meu coração, eu descobri que eternos mesmo só os nossos sonhos, e o que podemos fazer agora por eles.